sábado, 10 de dezembro de 2011

TRINDADE UMA DOUTRINA BÍBLICA

Por,

Pr. Joel Santana

Uma refutação à negação
da Doutrina da Trindade

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 Rio de Janeiro/RJ
Atualizado em setembro de 2007


DIVERSOS CONCEITOS SOBRE DEUS


      Obviamente, é importante que nos conscientizemos da existência dos muitos conceitos que se tem acerca de Deus, bem como nos inteiremos dos mesmos, para optarmos com conhecimento de causa, e não cegamente. Por isso, veremos abaixo, não só a opinião defendida por este autor, mas também os conceitos que me parecem errados biblicamente. A Trindade de Deus é um mistério intransponível, insondável, ininteligível, impenetrável, incompreensível, etc., mas real, provável biblicamente, aceitável. Este mistério não fica aquém da razão; antes, transcende às fronteiras do raciocínio humano. O caro leitor deve, ou crer nesta doutrina, ou renegar o Cristianismo. Tentar conciliar a fé cristã com a negação desta doutrina é incoerência. E, pior ainda, é ser trinitariano e, concomitantemente, reconhecer como irmãos em Cristo, os que não o são. Precisamos saber que os que rejeitam a doutrina da Trindade não crêem no mesmo Deus que nós; e isso faz sim, diferença.


I. Conceito Certo: Trinitarianismo

1.1. Há um só Deus. Nós, os evangélicos, não somos triteístas, como supõem alguns, mas sim, monoteístas (1 Tm 2.5; Dt 6. 4). Isto porque nós, os trinitarianos, não cremos em três Deuses em um, como erroneamente dizem os nossos oponentes, mas sim, em três Pessoas em um só Deus.

1.2. O único Deus não é uma unidade absoluta, e sim, composta. Provas bíblicas:

1.2.1. “Echad” (unidade composta [Dt 6:4]), e não “Yachid” (unidade absoluta [Gn 22:2]).

1.2.2. Verbos e pronomes no plural: Façamos; nós; desçamos; confundamos, etc. (Gn 1:26; 3:22; 11:7).

1.2.3. Elohim, vocábulo hebraico que significa DeusesGn 1:1. Neste caso e em muitos outros semelhantes, trata-se de um substantivo próprio, a saber, é um dos nomes de Deus. Não quer dizer que haja mais de um Deus, e sim, que há um ser chamado Deuses, isto é, Deus se chama Deuses.

1.2.4. Adonai, vocábulo hebraico que significa Meus Senhores, e é um dos nomes de Deus: Sl 110:1, 5.

1.3. As unidades que compõem a Divindade, são:

1.3.1. Pessoais: (Jo 16:13Ef 4:30; Rm 8:26-27; 15:30; 1Co 12:11)

1.3.2. Distintas:

a). Da natureza (At 4:24);

b). Uma das outras (Jo 1:1; Jo 14:16; Mt 3:16-17; 12:32; 26.39).

1.3.3. Igualmente Divinas (Jo 1:1; 5. 18; 10. 30; Sl 45: 6-7 comparados com Hb 1: 8-9; Sl 102.25-27, comparados com Hb 1. 10-12; At 5: 3-4; 1Co 6: 19). Por “igualmente Divinas”, queremos dizer que cada uma das três Pessoas é Deus.

1.3.4. Trinas (Mt 28: 19; 2 Co 13:13)

1.4. Aparentes negações da Doutrina da Trindade (Jo 5.30; 14.28; Mt 24.36; 1 Co 11.3; 15. 24-28)

1.5. Entendendo o porquê das aparentes negações da Doutrina da Trindade (Hb 2.9)


II. Conceitos Errados Sobre Deus

2.1. Ateísmo: Visto como nescidade ou insensatez no Sl 14:1;

2.2. Deísmo (nega que Deus esteja cuidando de nós no nosso dia-a-dia): Refutado em Mt 6:25-26; Hb 1:3;

2.3. Panteísmo (Deus, segundo os panteístas, é a natureza): Refutado em Gn 1:1; At 4: 24;

2.4. Politeísmo (trata-se da crença em vários deuses): Refutado em Êx 20:3

2.5. Unitarianismo: Deus é unidade absoluta, e, portanto, não é trino.

2.5.1. Unitarianismo Arianista (criado pelo presbítero Árioheresiarca de Alexandria, 256 d. C. –336 d. C.). Segundo essa crença, há séculos extinta, Jesus e o Espírito Santo são criaturas de Deus.

2.5.2. Unitarianismo Russelita (o teísmo dos testemunhas-dejeová): Deus é uno e não trino; Jesus é o primeiro anjo que Deus criou, a saber, o arcanjo Miguel; o espírito santo (grafado com minúsculas por eles) é a força ativa de Deus, isto é, o seu poder invisível;

2.5.3. Unitarianismo Judaico: Nega que haja mais de uma pessoa na Divindade. Não tenta arranjar uma explicação para os termos Pai, Filho e Espírito Santo, visto não ser uma religião cristã;

2.5.4. Unitarianismo MuçulmanoNega, como o fazem os judaístas, que haja mais de uma Pessoa na Divindade. Rejeita a Doutrina da Trindade, considerando-a uma blasfêmia. Jesus é visto como um grande homem, um grande profeta, e nada mais. Trata-se da adoção de um dos deuses do paganismo árabe, isto é, antes da fundação do Islamismo, Alá já era cultuado como o principal dos deuses;

2.5.5. Unitarianismo Kardecista. Nega a Doutrina da Trindade. O Kardecismo diz textualmente que Jesus não é Deus, mas apenas um espírito criado, que já atingiu a perfeição; (eles _ os kardecistas _ vêem uma distinção entre o Consolador e o Espírito Santo. Este seria as almas dos mortos, e aquele, o Kardecismo;

2.5.6. Unitarianismo da LBV _ Legião da Boa Vontade. À moda Kardecista, não reconhece a Divindade de Jesus. Nega também a personalidade e Divindade do Espírito Santo. Este é apenas o conjunto dos espíritos perfeitos;

2.6. Unicismo ou Modalismo:

a). Definindo o Unicismo. Segundo os unicistas (ou modalistas), o Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três Pessoas distintas uma das outras, mas sim, três títulos dados à única Pessoa de Deus. Deus é Pai, pois é o Criador de todas as coisas; Deus é Filho, pois humanizou-se; e Deus é Espírito Santo, pois é Espírito e é Santo. O Pai é o Filho e é também o Espírito Santo; o Filho é o Pai e é o Espírito Santo; e o Espírito Santo é o Filho e é o Pai. Pai, Filho e Espírito Santo são, segundo crêem os unicistas, três modos de a mesma Pessoa Divina se manifestar. Daí o nome “Modalismo”. Como se vê, o Unicismo é um tipo de Unitarianismo. A única diferença é que, por ser “cristão”, o Unicismo tenta adequar o Unitarianismo ao Cristianismo. O Unicismo é, pois, Unitarianismo disfarçado.

b). Criado por Noeto, de Esmirna;

c). Foi acatado em Roma por um homem também chamado Noeto, no que foi seguido por EpígonoCleômenes e Calixto, expoentes desse movimento herético;

c). Na África, essa heresia foi aceita e difundida com ardor por Práxeas e Sabélio, hereges do século III. Este foi o maior defensor dessa crença. Daí, o Unicismo ser conhecido até hoje pelo nome de Sabelianismo.
      Do que foi exposto até aqui, certamente está claro que UnicismoModalismo e Sabelianismo, são a mesma coisa.


III. Principais Crenças dos Atuais Unicistas

Igreja Evangélica Voz da Verdade

  • Sobre a Trindade: A Doutrina da Trindade, crida pelos evangélicos de todo o mundo, é, na opinião dos unicistas da chamada Igreja Evangélica Voz da Verdade, uma “teoria religiosa de intenção carnal e diabólica com o sentido de alimentar uma ilusão de Satanás que teve a pretensão de pluralizar a plenitude da divindade...”. (Série Apologética, ICP, 2002, página 76).

  • Sobre o Batismo: Batizam  em nome de Jesus, e rejeitam o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, considerando-o sem qualquer valor. Senão, vejamos: “...não têm valor bíblico algum (Ef 4.5), pois é um tipo de batismo forjado pelo homem” (Série Apologética, página 90).

Tabernáculo da Fé:

  • O fundador dessa seita, Willian Marrion Branham, se proclamou a si mesmo como o 7º profeta; e previu a vinda de Jesus para 1977;

  • Crer na Trindade é, segundo essa seita, ter o sinal da Besta;

  • O sucessor do fundador da Tabernáculo da Fé, Wlliam Soto Santiago, atualmente líder da Pedra Angular, seita essa que também é unicista, chama o Senhor Jesus de extraterrestre, e afirma que a ressurreição dos mortos e o arrebatamento da Igreja se dará sob a interferência dos discos voadores.

Igreja local de Witness Lee. Essa seita prega que:

  • Todo cristão tem: Adão na alma, Deus no espírito e o Diabo no corpo;

  • Podemos ser homem-Deus;

  • O batismo regenera, sendo, pois, tão importante quanto pregar o Evangelho;

  • A Igreja Católica é uma prostituta, mãe das igrejas evangélicas que, por sua vez, também são prostitutas;

  • Os protestantes (evangélicos), os judaístas, e os católicos constituem um sistema de Satanás

  • Aconselha a todos a não entrar num templo de uma denominação evangélica. Esse pecado só é permitido, a título de proselitismo.

Testemunhas de Yerroshua

  • São a única Igreja verdadeira;

  • Quem chama o Filho de Deus de Jesus, está perdido, pois equivale a chamá-lo de cavalo.

  • Não fazem a barba;

  • Usam sandálias, preferentemente;

  • Homens e mulheres trajam vestidos, preferentemente.

Igreja Apostólica


  • Deus, sem o Espírito Santo, seria morto;

  • O Espírito Santo faz Deus viver;

  • O Consolador prometido por Jesus não é o Espírito Santo, e sim, a Santa  Rosa;

  • São a única Igreja verdadeira, fora da qual não há salvação.

 Conclusão: em nome da coerência, sejamos trinitarianos, ou abjuremos o Cristianismo. Ademais, mantenhamos distância (em termos espirituais) dos que rejeitam esta verdade de fé cristã. Não copiamos esta doutrina da Igreja Católica, como muitos pensam, mas a encontramos na Bíblia. Não damos a mínima para o que a Igreja Católica prega, pois temos acesso à fonte. Logo, qualquer semelhança é mera coincidência.

OS DEVERES DE UM BOM CATÓLICO

Sermão imaginário de um Padre fictício

Todo bom católico deve fazer o seguinte:

I. CONFESSAR. Confesse seus pecados (principalmente se forem graves) a um Padre, pelo menos uma vez por ano (CIC -Catecismo da Igreja Católica, página 401, ## 1456–1458, Editora Vozes, 1993). Sempre que você fizer isto, você terá a felicidade de ouvir o Padre lhe dizer: ... eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (CIC, página 399, # # 1448-1449). E então, todos os seus pecados serão perdoados na hora. Porém, você ainda não estará pronto para entrar no Céu. Ainda que você morra antes de um milésimo de segundo após confessar-se ao Padre e obter o perdão, você não irá direto para o Céu. O porquê disso é que o pecado, mesmo depois de perdoado, deixa marcas que precisam ser eliminadas. Portanto, você só poderá entrar no Céu após livra-se das cicatrizes deixadas pelo pecado perdoado. Para livrar-se de tais seqüelas, você terá que cumprir a pena devida pelo pecado já perdoado. No caso de alguém morrer imediatamente após a confissão ao Padre e a subseqüente absolvição, a referida pena será cumprida depois da morte, no estado chamado purgatório. Além disso, existe um expediente chamado indulgência. Esta pode ser ou plenária ou parcial. A indulgência parcial diminui a pena que o perdoado tem de cumprir antes de entrar no Céu, e a indulgência plenária elimina todas as cicatrizes que o perdão não consegue eliminar. Portanto, não perca tempo! Procure um padre já! Ele, após absolvê-lo em nome das três Pessoas da Santíssima Trindade, irá avaliar o seu caso para lhe agraciar com uma das indulgências: plenária ou parcial. Vá logo! Você não tem nada a perder, mas sim, tudo a ganhar! É que ao ser perdoado de todos os seus pecados, você embarca no “trem” da salvação com destino ao Céu, via purgatório. E, ao ser indulgenciado, na pior das hipóteses a sua estada no purgatório será consideravelmente reduzida. E isto é importante, pois o purgatório é o “... estado médio das almas, sofrendo por certo tempo em expiação de seus pecados...” (Grifo meu), como bem o disse nosso estimado colega, Sua Reverendíssima Padre Euzébio Tintori, no Novo Testamento por ele comentado, editado pela Pia Sociedade de São Paulo (ver verbete “purgatório”). Sim, o purgatório é um estado de sofrimentos! Rezemos, portanto, pelos nossos irmãos que já se foram desta vida, para que o nosso bondoso Pai celestial apresse a saída deles do estado de expiação no qual estão!

II. FICAR DE OLHO VIVO NOS PADRES. Segundo certo adágio popular, o católico deve fitar um olho no Padre e outro na Missa. Isto é bom, pois há padres hereges. Martinho Lutero não foi o primeiro a sê-lo, nem tampouco o último. Por este motivo, julgo importante provar que as autoridades da nossa Santa Madre e amada Igreja Católica concordam plenamente comigo. Por exemplo, no Catecismo da Igreja Católica, aprovado por Sua Santidade João Paulo II em 1992 e editado no Brasil a partir de 1993 pela Editora Vozes, podemos ler, às páginas 406-407, o seguinte: “... A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados  perdoados... A indulgência é parcial ou plenária... O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado... O cristão deve esforçar-se, suportando pacientemente os sofrimentos... e, chegada a hora de enfrentar serenamente a morte, aceitar como uma graça essas penas temporais do pecado...”(Grifo meu). Tenho ainda a solidariedade do nosso pop colega, Sua Reverendíssima Padre Marcelo Rossi, bem como sou ombreado pelo Excelentíssimo Bispo Dom Fernando que, respectivamente, afirmaram o seguinte:
a) “... O pecado, mesmo que você se confesse, ou se arrependa, sempre deixa uma marca, e a indulgência é isso: tirar essa marca” (jornal O Globo, 02/ 01/ 2000);
b) “... Para obter a indulgência... o fiel necessita antes se confessar e ser sacramentalmente absolvido por um padre...” (Ibidem). E, como se tudo isso não me bastassem, para provar que o meu sermão está em perfeita harmonia com as doutrinas que a Santa Madre Igreja vem pregando através dos séculos, posso citar ainda o Concílio de Trento, Seção VI, que com todas as letras decretou em 1563 d.C., o seguinte: “Se alguém disser que, depois de receber a graça da justificação, a culpa é perdoada ao pecador penitente e que... nenhuma punição fica para ser paga ou neste mundo ou no futuro, antes do livre acesso ao reino ser aberto, seja anátema”. Claro, uma boa interpretação do que o referido Concílio decretou é: “Se alguém disser que, para entrarmos no Céu, basta estarmos perdoados, seja excomungado, isto é, excluído da Igreja”. Assim fica claro que a nossa amada Igreja Católica ensina que o perdão que Cristo nos dá não é total, e sim, parcial. Ele perdoa a maior parte da nossa dívida, e deixa só uma pequeníssima parte para ser paga por nós. Nossa Senhora, como Jesus é bom!

III. FICAR DE OLHO VIVO NOS EVANGÉLICOS.
       Tudo que eu disse até aqui, é apenas uma pequena parte das verdades pregadas pela Santa Igreja Católica, da qual somos membros com muita honra. Mas há um falso movimento religioso conhecido pelo nome de evangélicos ou protestantes, cujos adeptos discordam do que ora digo. Tentando “provar” que estamos equivocados, eles adoram citar, entre outras, as seguintes passagens bíblicas:
João 8:32, 36: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”; “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres;”
 Hebreus 7:25: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus...”;
Efésios 2:8: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é Dom de Deus;
Romanos 8:1: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”;
I João 1:7. “... e o sangue de Jesus ... nos purifica de todo o pecado”;
2 Co 5:17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”;
Lucas 23:43: “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.
      Os evangélicos alegam que os textos bíblicos acima copiados provam que o perdão que o Senhor Jesus nos dá é total, e não parcial como a nossa santa Igreja Católica prega. Mas quem são eles para discordarem de nós? Quando eles lerem o referido Catecismo, página 38, ficarão sabendo que Deus não confiou a eles o encargo de interpretar a Bíblia corretamente, mas sim, exclusivamente ao Papa e aos Bispos em comunhão com ele. Eles precisam saber ainda, que no Concílio Vaticano I, datado de 1870, a santa Madre Igreja elevou à categoria de dogma, uma velha doutrina, segundo a qual, é impossível que o Papa erre quando fala ex-cátedra. Esta verdade de fé católica está ratificada no aludido Catecismo, página 255. Foi interpretando bem esta verdade de fé católica que o estimado colega, Sua Reverendíssima Padre Álvaro Negromonte, em seu livro O Caminho da Vida, página 240, 15a edição, editado pela Livraria José Olympio Editora, afirmou que o Papa manda tanto quanto Cristo, e que, portanto, suas ordens devem ser obedecidas e não discutidas. Se você duvida, veja esta cópia: “...Um bom Católiconunca põe em dúvida a autoridade da Igreja. Antes procura ser cuidadoso da obediência que lhe deve. Cuidadoso e ufano. Vale a pena obedecer a quem manda com a mesma autoridade de cristo faz leis tão sábias. Assistidos pelo ESPÍRITO Santo, o papa e os bispos têm uma visão que nos falta nos negócios da Igreja. as suas ordens devem ser obedecidas e não discutidas. Quando nossos pontos de vista não coincidirem, será  por deficiência nossa” (Grifo meu).

CONCLUSÃO.
       Dou a vocês, meus amados irmãos católicos, o seguinte conselho: Não dêem crédito às contradições dos evangélicos, visto que se crermos no que eles crêem, quanto ao perdão, correremos sério risco de irmos para o Céu, já que isso equivale a crer no Evangelho. Portanto, se queremos mesmo ir para o Inferno, temos que continuar crendo neste perdão fajuto, cheio de cicatrizes, o qual, segundo os evangélicos, é a negação do Evangelho.
 P.S.: Este sermão não é tão imaginário e o seu autor não é muito fictício, pois como o leitor pôde ver ao lê-lo, disponho de provas documentais de que qualquer padre pode pregá-lo na íntegra, sem medo de contradizer as doutrinas da Igreja Católica. Em outras palavras: A Igreja Católica prega o que proferiu o nosso Padre fictício, no presente sermão imaginário.
      O presente texto é, realmente, irônico; contudo, pretendo tão-somente conscientizar e alertar. O meu objetivo não é debochar e ridicularizar. Isso não seria uma atitude cristã, e sim, falta de amor, afronta ao nosso próximo, e desrespeito à crença alheia.
      Caro leitor, embora saibamos que muitos não gostam de ver a sua religião sendo questionada, certamente não ignoramos que uma observação amorosa pode muito nos ajudar. É por isto que redigi estas linhas. Não quero mandar na sua consciência, pelo contrário, meu desejo é dar-lhe base para que você possa decidir por si mesmo sobre esta questão. Não siga ao Papa, nem tampouco a mim, cegamente. Raciocine com sua própria cabeça e tire suas próprias conclusões. Lembre-se, porém, que isto tem que ser decidido já! É agora ou nunca! Depois da morte será tarde demais! Missa alguma lhe salvará! Não caia no conto do vigário! Creia no verdadeiro Evangelho, isto é, creia que Jesus perdoa 100%, como o diz a Bíblia!
      Desejo muito encontrá-lo no Céu! Dê-me o prazer de encontrá-lo na Cidade Celestial. Até lá, na Paz do Senhor Jesus!

                                                                                                  Pastor Joel Santana

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A IGREJA ADVENTISTA DO 7º DIA É UMA SEITA ?

O ASD (Adventismo do Sétimo Dia) satisfaz todas as exigências que uma organização religiosa precisa satisfazer para caracteriza-se como seita. Senão, vamos aos fatos, pois contra os mesmos não há argumento.

I – O ADVENTISMO TROPEÇA NA BÍBLIA

       Na Revista Adventista de fevereiro de 1984, página 37, podemos ler o que se segue: “Cremos que... Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os adventistas do sétimo dia.
      Negamos que a qualidade ou grau de inspiração de Ellen White seja diferente dos encontrados nas Escrituras Sagradas”.
       À luz de Ap.22.18,19, os adventistas necessitam se retratar, se não querem ser condenados.
       Os asd (adventistas do sétimo dia) às vezes se “defendem” da acusação acima, citando suas obras, nas quais os escritos de Ellen White e outras obras deles são, às vezes, chamados de luz menor e a Bíblia de luz maior(1). Algumas obras dos adventistas chegam a dizer que a Bíblia deve ser a nossa única regra de fé. Porém, esse “escudo”, muito longe de inocentá-los, expõe com naturalidade que são sutis e contraditórios. Sim, porque se os livros de Ellen White têm o mesmo peso da Bíblia, não são uma luz menor. E, se são uma luz menor, então não são tão inspirados quanto a Bíblia. E desse modo fica difícil sabermos em que crêem os adventistas. Afinal de contas, os escritos de Ellen White são ou não são do mesmo peso da Bíblia? Essa confusão não se dá por acaso. Trata-se de um recurso satânico para que o dito fique pelo não dito e a arapuca do diabo funcione. Tomara que o caro leitor não seja a próxima vítima! E, se já vitimou-se, que se liberte pelo conhecimento da verdade (Jo 8.32; Hb 4.12).

II– O ADVENTISMO TROPEÇA EM CRISTO

2.1. Confundem Jesus com o arcanjo Miguel

       Os asd afirmam que Jesus é o arcanjo Miguel.(2) Mas, segundo a Bíblia, Miguel é um dos primeiros príncipes, Dn 10.13. Ora, sendo o Senhor Jesus Cristo a segunda pessoa da Trindade (o que os asd não negam), Ele é plenamente Divino e, portanto, ímpar. E sendo Ele ímpar, então Ele é “o” e não “um dos”. Logo, Ele não é Miguel, pois como já vimos, Miguel é apenas “um dos...”. Sim, dizer que Jesus é Miguel, é negar a singularidade do Senhor. Logo, uma de duas: Ou Miguel é Jesus e este não é singular; ou Jesus é singular, e não pode, portanto, ser confundido com Miguel.
       Jesus exibiu Sua autoridade sobre o diabo e os demônios (Mc 16.17; Mt 4.10; Lc 10.17), mas Miguel escudou-se no Senhor, quando de seu confronto com Satanás (Jd 9). Isto exemplifica a disparidade que há entre Jesus e Miguel, o que prova cabalmente que são diferentes.

2.2. Jesus também era pecador?

       O ASD prega ainda que Jesus também tinha o pecado original. Senão, vejamos: “...Cristo tomou sobre Si as fraquezas da humanidade degenerada...” (O Desejado de Todas as Nações, Ellen G. White, CPB, 37ª edição, página 82).
“Em sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída. De sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo o filho de Adão _ uma natureza pecaminosa” (Estudos Bíblicos, CPB, edição de 1979, páginas 140_141). Que blasfêmia!

III – O ADVENTISMO É EXCLUSIVISTA E PROSELITISTA

3.1. Exclusivistas

       Basta-nos ler a Revista Adventista de abril/98 para vermos que os asd usam chavões como: “Nós, a igreja verdadeira”; “Nós, o povo remanescente”; “Nós, o único povo que tem a verdade...” Tanto que é assim, que nessa revista, no editorial de Rubens Lessa, os asd são aconselhados a deixarem de usar esses chavões “numa reunião em que não adventistas estão presentes”. Atentemos para o fato de que Rubens Lessa não reprova o uso desses chavões, mas tão-somente sugere que os mesmos sejam evitados, se houver não-adventistas por perto. Esse malabarismo dos adventistas os torna mais perigosos do que os Testemunhas de Jeová, os Mórmons e outras seitas diabólicas. É que estes batem de frente conosco, tachando-nos de falsos profetas na cara. Mas os asd, embora pensem assim também, não nos dizem isso nos primeiros contatos, a fim de não espantarem a presa. Essa estratégia tem funcionado, pois é grande o número de evangélicos que já se deixam levar. E isso prova que é verdadeiro o provérbio: “Que Deus me defenda dos meus amigos, porque dos meus inimigos me defendo eu.”

3.2. Proselitistas

       Algumas das provas de que os asd são proselitistas, são:

a) Os testemunhos: Os asd adoram publicar espalhafatosamente, em seus periódicos, as “conversões” de evangélicos às suas fileiras, os quais dão os seus  “testemunhos” (ou tristemunhos, como às vezes brinco), dizendo queagora encontraram a verdade.(3)  (Então não há verdade nas igrejas evangélicas?!);

b) a euforia do senhor Bullón: Há um livro, cujo autor - adventista típico - afirma nas páginas 323-327 que nenhuma das igrejas evangélicas é a esposa do Cordeiro; antes são todas falsas e hipócritas, e que seus membros (adeptos) estão indo para o Inferno. Somos, pois, aconselhados a emigrarmos de nossas igrejas rumo ao Adventismo. Para nos dar esse conselho, o autor desse pernicioso livro se apóia em Ap 18.4 que diz: [...] “Sai dela, povo meu” [...]. E o “pastor” adventista Alejandro Bullón prefaciou o dito livro, esbanjando elogios e contando que a 1ª edição havia sido um sucesso entre os evangélicos, visto que 145 pessoas “aceitaram a mensagem bíblica adventista através da leitura deste livro” (SILVA, Lourenço Gonçalez. Assim Diz o Senhor. Niterói: [edição do autor]. 3 ed. 1986, pp. 5, 323-327). Sim, como os evangélicos se empenham em ganhar almas para Jesus, os asd empreendem nos arrancar de nossas denominações, levando-nos à sua suposta verdade que, segundo eles, não pregamos.

IV – O ADVENTISMO É HIPÓCRITA E SOFISMÁTICO

       O “pastor” adventista Marcos de Benedicto, queixando-se dos que, segundo ele, preconceituosamente consideram que a sua “igreja” é uma seita, se defendeu dizendo que, como todas as igrejas protestantes, o ASD se firma somente na graça, na fé e nas Escrituras Sagradas – a Bíblia(4). Aqui, porém, podemos detectar dois sofismas: 1) O senhor Marcos de Benedicto faltou com a verdade, pois como já vimos, o ASD não se firma só na Bíblia, pois sustenta que os livros de Ellen White não são menos inspirados do que a Bíblia Sagrada; dizendo o “pastor” Marcos de Benedicto que o ASD se firma nos três pilares do movimento evangélico – só a graça, só a fé, só a Bíblia – faz parecer aos desavisados que os asd crêem que a “igreja” deles é como as demais. Vimos, porém, que o ASD se apresenta como a única igreja verdadeira. Assim se pode ver que Marcos de Benedicto é um autêntico representante de sua “igreja”. Sim, leitor, essa jogada é de praxe no ASD! Cuidado! 1 Pe 5.8

V - O ADVENTISMO PÕE O LIXO SOB O TAPETE

       

Já vimos que, segundo o ASD, havia uma profetisa chamada Ellen White, de cuja pena saíram livros do mesmo quilate da Bíblia. Porém, dispomos de provas materiais de que essa mulher era uma falsa profetisa. Ela era contraditória. São muitas as contradições, mas por ora, vejamos apenas os dois exemplos abaixo

Afirmação: “Tendes pensamentos que não ousais exprimir de poderdes um dia alcançar as alturas da grandeza intelectual; de poderdes assentar-vos em conselhos deliberados e legislativos cooperando na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas aspirações” (Ellen White. Mensagens aos jovens. Santo André: Casa Publicadora Brasileira. 4 ed., 1978, p. 36).

Contradição:“Os filhos de Deus têm de separar-se da política, de toda a aliança com os incrédulos. Não devem ligar seus interesses aos do mundo” (Ellen White. Fundamentos da Educação Cristã. Santo André: CPB. 1975, p. 483). Este exemplo basta para reduzir a frangalhos e cidadela dos asd. Contudo, exibiríamos muito mais, caso dispuséssemos de mais espaço.


VI– O ADVENTISMO PISA NO SANGUE DE JESUS

       Ellen White, a papisa do ASD, registrou heresias de perdição, como a que se segue: “... Satanás, autor do pecado, sobre quem os pecados dos verdadeiros penitentes serão finalmente colocados”...(5) (Grifo nosso). Ora, essa declaração faz do diabo, co-redentor dos cristãos, a pesar dos asd dizerem que estamos interpretando mal. Sim, porque se as palavras dizem alguma coisa, foi isso que Ellen White disse. Veja o leitor, que ela afirmou que são os pecados dos verdadeiros penitentes que serão colocados sobre Satanás. Assim fica claro que ela não estava querendo dizer o que muitos asd pensam, a saber, que o diabo vai ter que responder por tudo de errado que ele fez, inclusive por nos haver induzido ao pecado. Não! Não pode ser isso, porque, nesse caso, os pecados de todos e não somente os dos verdadeiros penitentes seriam lançados sobre ele. Claro, um sofismático tem que responder diante de Deus por todas as pessoas que ele conseguiu ludibriar, mesmo que tais pessoas tenham mais tarde se livrado de suas trapaças. 
      O que levou os adventistas à errônea conclusão acima, é o fato de eles interpretarem erradamente Lv 16.15-28, que fala de dois bodes que, segundo a lei de Moisés, eram apresentados ao Senhor para expiação do pecado. O primeiro bode era sacrificado; mas o segundo, levado ao deserto e abandonado à sua própria sorte. Ambos tipificavam a Cristo, cujo sangue vertido na cruz nos purifica de nossos pecados.  Pode-se ver isso claramente no fato de que está escrito que ambos os bodes eram para expiação. E, como sabemos, só Cristo expia pecado. A menos que Jesus não seja o único Salvador, esses bodes retratam a Cristo e Seu sacrifício expiador. Interpretar de outra maneira, equivale a fazer de Satanás, coadjuvante de Cristo na redenção dos pecadores. Sim, se o bode emissário era para expiação de pecado, como a Bíblia o diz, e se ele tipificava o Diabo, como os asd pensam, então podemos afirmar que, segundo o ASD, os nossos pecados serão expiados na pessoa do Diabo. Aliás, isso foi dito com todas as letras por Ellen White, como demonstramos acima, transcrevendo suas palavras. Pensem nisso os sinceros e saiam dessa arapuca de Satã!

Conclusão

      Considerando que o ASD: 1) Não tem a Bíblia como única regra de fé e prática; 2) tem um Jesus diferente do da Bíblia; 3) subestima a eficácia do sangue de Jesus; 4) esconde o lixo debaixo do tapete; 5) é ambígüo, etc., que tal mantermos distância? “Destes afasta-te” (2 Tm 3.5), bradou o apóstolo paulo com intrepidez! Você que está fora disso, não entre nessa barafunda; e você que está dentro desse labirinto, saia às pressas! “sai dela, povo meu”(Ap 18.4).
                                                                      
                                                                                                    Pr. Joel Santana.

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DEUS NÃO PERDOA PECADO

  Muitos pensam que a Bíblia ensina que Deus é tão bom, que por maior que seja o pecado, se o pecador se arrepende e pede perdão, Deus o perdoa. Mas a verdade solene é que a Bíblia diz que Deus é tão justo que não perdoa nem mesmo o menor dos pecados, por mais que o pecador se arrependa e peça perdão. O pecado é, na opinião de Deus, uma dívida que tem que ser paga inevitavelmente. Segundo o infalível parecer de Deus, perdoar a culpa, mesmo estando o pecador arrependido, é tão errado quanto punir o inocente. E o porquê disso é que Ele é justiça. Mas nem por isso temos que ser punidos por causa dos nossos pecados, visto que Deus concebeu um plano para mudar a nossa sorte. Este plano não consiste em fazer vista grossa aos pecados do pecador arrependido, e sim, em dar-nos um substituto que é Cristo. Jesus é o substituto de todo aquele que nisto crê e para isto apela. Todos os que apelam para o sangue de Jesus, isto é, para o Seu sacrifício substitutivo (expiatório), ficam, na hora, quitados para com Deus. E isso porque, para Deus, suas dívidas foram pagas por Jesus. Sim, os pecados dos verdadeiros cristãos não foram perdoados, mas rigorosamente punidos na Pessoa de Jesus. Deus não perdoou a nossa dívida, mas Jesus pagou-a por nós e para nós. Creia nisso, e saia da condenação hoje mesmo (Rm. 8.1; Jo. 3.16; Lc. 23.43).
            Muitos vão para o inferno porque ignoram o Plano de Salvação. Alguns exemplos: Muitos, por reconhecerem a justiça divina, se julgam irremediavelmente perdidos. Estes morrem de sede dentro de um caudaloso rio, o rio da salvação pelo sangue de Jesus! Outros criaram os seus próprios “planos”. Sim, há aqueles que crêem que pagarão suas dívidas no imaginário sofrimento do suposto purgatório. Outros crêem que no final Deus dará um jeitinho, por ser Ele um Pai bondoso. E ainda outros crêem que podem salvar-se a si mesmos através das boas obras e das vicissitudes da vida nesta e\ou noutras ilusórias encarnações. Todos esses, porém, estão se perdendo por não se valerem do único Salva-Vidas que veio do Céu _ Jesus!
            A única salvação que funciona, é aquela da qual a Palavra de Deus - a Bíblia - é um tratado: Jesus crucificado e ressuscitado. E esta salvação é acionada tão logo a aceitamos (Ef. 2.8,9; 1Co. 1.18; 15.2; Lc 7.50; 19.9 etc.).
            Nós, os evangélicos, realmente cremos que Deus perdoa pecado, pois a Bíblia o diz claramente (Is. 55.7; Mt. 6.12; Mc. 2.5; Sl. 103.3 etc.). Mas entendemos que neste caso, “perdão” é um termo simples que designa a mudança de relacionamento que se dá entre Deus e o pecador, quando este se vale do sacrifício de Jesus. Por exemplo, está escrito na Bíblia que Deus se esqueceu dos pecados dos cristãos (Hb. 10.17). Naturalmente, neste caso, temos que entender que este “esquecimento” é conotativo. Trata-se de uma força de expressão, cujo objetivo é salientar a perfeição do perdão. Este, por sua vez, também é uma força de expressão. Se esse esquecimento fosse literal, Deus seria portador de amnésia; e se a fé, o arrependimento, e a conversão  nos bastassem, Jesus teria morrido em vão. É verdade que Deus nos perdoa perfeitamente em Cristo, mas isto só é possível porque Jesus pagou o preço. A fé, o arrependimento e a obediência são condições impostas e indispensáveis (visto que da nossa passividade, Cristo não abre mão), mas não são a causa meritória. A causa meritória é, exclusivamente, o sangue de Jesus. E isto é coerente, porque se Deus, para perdoar o pecador, exigisse tão-somente o arrependimento, o pedido de perdão e a regeneração, Jesus Cristo teria morrido em vão. Este argumento pode parecer ilógico a quem não vê na morte de Jesus um ato substitutivo, mas apenas uma aula com exemplos práticos sobre o amor. Porém, a Bíblia deixa claro que a razão pela qual Jesus morreu é: O homem é pecador e Deus é justo, por cujo motivo ficamos irremediavelmente perdidos. Sim, irremediavelmente perdidos. O arrependimento, a fé, a conversão, a regeneração, etc., não podem nos salvar. O pecador tem uma pena a cumprir, e Deus não abre mão disso. A única solução seria Jesus cumprir a pena em nosso lugar. E Ele o fez. E é por isso que Jesus é o Salvador. Ele não salva com Sua Palavra e/ou com Seus exemplos, mas com o Seu sacrifício expiatório. Se Ele fosse apenas o Grande Mestre que é, não poderia nos salvar, visto que Deus exige que a dívida que contraímos seja paga. Mas graças a Deus, Jesus, além de grande educador, é, também, o nosso Cordeiro Pascoal ou “bode” expiatório. E Deus, apoiando-se no sangue de Jesus, nos dá um "perdão" tão perfeito, que até se "esquece" dos nossos pecados.
            Talvez você queira perguntar: “Se não há salvação à parte do sangue de Jesus, como se salvaram os que morreram antes de Cristo morrer por nós? ”  Resposta: Eles se salvaram pelo sangue que no futuro seria derramado por eles, assim como nós somos salvos pelo sangue que no passado foi derramado por nós.
            Verdadeiramente, muitos são os religiosos que na prática, também não crêem que Deus perdoa pecado. A diferença é que uns crêem que pagarão suas dívidas (pelo menos parcialmente) no purgatório; outros crêem que se quitarão para com Deus através das boas obras e dos sofrimentos, nesta e/ou noutras encarnações; e nós, os evangélicos, cremos que Jesus pagou-as por nós e para nós, lá na cruz (Is. 53; Mt. 26.28; 1Pe. 1.18-19; 2.24; Ef. 1.7; Ap. 5.9)
            Caro leitor, a minha intenção não é fazer uma crítica gratuita, e sim, ser útil ao meu próximo. Deus me é testemunha de que é o altruísmo que me impulsiona a redigir estas linhas! Portanto, procure entender o que a Bíblia quer nos dizer quando afirma que a salvação não é pelas obras, mas pela graça por meio da fé (Ef. 2.8-9). Não jogue o precioso sangue de Jesus na lixeira, procurando se salvar através das boas obras, do suposto purgatório, das ilusórias e infindáveis reencarnações, de fé mais obras, etc. Essas ilusões não funcionam, pois só Cristo salva. Sirva-se, pois, do pagamento efetuado por Jesus, e se quite para com a justiça divina.
            A Bíblia afirma que as boas obras que os salvos pela graça por meio da fé, fazem, estão sendo computadas por Deus para efeito de galardão (1Co. 3. 10-15; Ap. 22.12). Mas ao mesmo tempo nos informa que os perdidos que tentam se salvar através das boas obras, estão redondamente enganados (At. 10.1-6; 11.12-14). Isto prova que a fé no sangue de Jesus vale o perdão dos nossos pecados e a conseqüente salvação, a qual é um presente; e que as boas ações que daí nascerem, serão recompensadas (pagas).
            Prezado leitor, ninguém é tão pecador que não possa ser perdoado, nem tão bonzinho que não necessite do perdão. E o perdão só é possível mediante o pagamento que Jesus efetuou na Cruz. Nunca houve, não há e nem haverá, salvação fora do sangue de Jesus.
            Do que expus até aqui, vale a pena arrependermos dos nossos pecados, curvarmos aos pés do Senhor Jesus Cristo e aceitarmos a quitação da nossa dívida mediante o Seu sacrifício, pois já está pago; restando apenas que abramos mão de nossos próprios métodos (caso os tenhamos) e aceitemos o método de Deus (Jo.3:16; 1Jo 5.7). Portanto, peça agora a Cristo para perdoar os seus pecados e entrar no seu coração.
            Se o caro leitor aceitou a orientação acima, atente para mais estas recomendações: À luz da Bíblia, você está salvo, isto é, cem por cento perdoado (Ef. 2.8. Rm. 8.1). Agora, POR SER SALVO, e não PARA SER SALVO, você tem muito que fazer. Com efeito, você deve:

I- COMUNGAR COM SEUS IRMÃOS NA FÉ. Muitas pessoas já fizeram o que você acaba de fazer, e já se organizaram. Você é convidado a se unir a um desses grupos, porque lá você encontrará pessoas mais experientes que muito poderão ajudá-lo (Hb 10.25). Esses grupos são conhecidos pelos nomes de evangélicos ou crentes.

II- SER BATIZADO. Jesus mandou pregar o Evangelho e batizar os que crêem (Mc. 16.16). Obedeça a Cristo nisto também.

III- PRATICAR A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS. Estas doutrinas estão registradas na Bíblia. Uma delas é que não devemos adorá-los (At. 10. 25-26; 14.11-18).

IV- CEAR. A Santa Ceia do Senhor é uma ordenança do Senhor Jesus e é constituída de pão e vinho, os quais simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue do Senhor (1 Co.11.17-34). Todo cristão deve participar deste banquete espiritual, comendo do pão e bebendo do vinho (1 Co.11.28).

V- ORAR. Por ser Jesus o único Mediador entre Deus e os homens (1 Tm. 2.5), Ele nos ensinou a orar direto a Deus (Mt 6.9-13), em Seu nome (Jo 14. 13-14). Os “intermediários” existem por invencionice dos homens. Portanto, doravante não peça mais nada aos chamados santos, nem tampouco aos orixás. Isso é idolatria. Ore só como a Bíblia ensina. Por favor, ore por mim. Mas ore só a Deus.

VI- TESTEMUNHAR. Conte a todo o mundo a sua nova experiência com Cristo (Mc. 5.20).

CONCLUSÃO. Talvez não tenhamos a felicidade de nos conhecermos aqui na Terra, mas se permanecermos neste Caminho até o fim, nós nos encontraremos no Céu. Até lá na Paz do Senhor.
Pr. Joel Santana
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ANALISANDO A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

INTRODUÇÃO


      A “igreja” intitulada Congregação Cristã no Brasil, que doravante identifico com a sigla CCB, para ganhar tempo e espaço, é a confissão religiosa objeto da análise de que tratam estas linhas. É muito difícil pronunciar sobre essa confissão religiosa, visto que muito do que seus adeptos espalham aos quatro ventos, são apenas declarações verbais, não publicadas em livros, embora esposadas e defendidas quase que pela totalidade dos mesmos dessa agremiação religiosa.
      O seu fundador, senhor Louis Francescon, italiano, se converteu ao Evangelho na Igreja Presbiteriana Italiana, da qual se desligou por divergir do batismo por aspersão. Emigrou da Itália para os USA. Daí foi para a Argentina, de onde veio para o Brasil. Nasceu em 1866 e faleceu em 1964, aos 98 anos de idade. Inicialmente reconhecia tanto a igreja da qual se desligara, quanto as demais denominações evangélicas, como igrejas co-irmãs. Mais tarde, porém, se revelou sectarista, dizendo que Deus o libertara de uma seita humana e teórica, isto é, da Igreja Presbiteriana. Em 1928, após um cisma ocorrido na dita igreja, em São Paulo, os dissidentes foram para a Assembléia de Deus. Então se espalhou o boato de que a Assembléia de Deus havia sido fundada por tais “rebeldes”. Daí por diante, o exclusivismo, que já fora implantado nessa igreja pelo seu pioneiro, ganha corpo e avança a passos galopantes, até dar no que deu.
      Muitos evangélicos crêem que a CCB não chega ser uma seita propriamente dita, mas apenas um movimento contraditório. Avaliei esta questão e cheguei à seguinte conclusão: Embora muitas das doutrinas dessa igreja sejam realmente embasadas na Bíblia, e muitos de seus desvios doutrinários sejam infantilidades relativamente inofensivas, os adeptos dessa confissão religiosa fazem tempestade em copo d’água. Com raras exceções fazem de seus absurdos doutrinários, uma questão de vida ou morte. Ora, nem mesmo de uma doutrina genuinamente bíblica, podemos condenar os que de nós divergirem, quando a doutrina em lide não for uma questão de salvação ou perdição. Para se chegar a essa conclusão, basta ler a Epístola de Paulo aos Romanos, capítulo 14. Ora, qualquer comunidade que não se enquadre na tolerância recíproca recomendada neste trecho da Bíblia, certamente é, sim, uma seita. E esta é, na prática, a triste sorte da irmandade que aqui consideramos, já que os mesmos pensam que a salvação está restrita aos que crêem na autenticidade de suas interpretações “bíblicas”, e as praticam. O fato de a maioria dos adeptos desse movimento condenarem todas as outras igrejas, tachando-as de igrejas de Satanás, não é um bom motivo para crermos que estamos diante de uma seita? Sim, uma das características das seitas é se julgar donas da verdade.


Considerando suas Doutrinas

      Dialogando com os adeptos dessa igreja, tomei conhecimento de muitas de suas doutrinas (sim, estou falando do que colhi dos meus diálogos com eles, bem como apreciando o que renomados apologistas disseram em refutação a essa igreja,  e não lendo suas obras). Vamos, pois, enumerá-las e analisá-las sucintamente:

I. Sobre o batismo:

A)     Dizem que é pelo batismo que se dá o novo nascimento; e que, portanto, este é necessário à salvação. A Bíblia, porém, nos diz que o batismo, embora importantíssimo, precede a salvação (Lc. 23: 43; At. 10: 44). Não sei se essa crença de novo nascimento pelo batismo consta do Estatuto dessa igreja, mas foi isso que vários de seus adeptos me disseram.
B)     Batizam em nome do Senhor Jesus e em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; eles, certamente ignoram que em nome de, é o mesmo que autorizado por. Logo, o que At.2:38; 19:5 está dizendo, é que os apóstolos batizavam conforme Jesus mandara.
C)     Não usam a expressão “eu te batizo...”, e sim, “te batizo...”;
D)    Só o batismo deles está certo.

II. Sobre evangelismo:

A)     Não distribuem folhetos evangelísticos, sob a alegação de que muitos desses panfletos são atirados ao chão e pisados pelos transeuntes. “Ora”, dizem eles, “a Palavra de Deus não pode ser pisada”;
B)     Não evangelizam através do rádio e da televisão. Alegam que o certo é ir ao pecador e pregar a ele pessoalmente;
C)     “Apoiados” em Mt. 6: 5, não cultuam ao ar-livre. Crêem que fazê-lo caracteriza a hipocrisia da qual trata o texto em questão. Daí Evangelizarem nas residências, nas suas igrejas, e em outros lugares em que a discrição possa ser observada.

III. Sobre saudação:
     

A)     Paz de Deus

      Dizem que “é errado saudar com a Paz do Senhor, pois há muitos senhores” (1Co. 8:5). Defendem que “a única saudação certa é com a Paz de Deus, porque há um só Deus” (1Co. 8:6; 1Tm. 2:5). Mas o texto bíblico supracitado (1Co. 8:5), diz que há também muitos deuses.

B)     Ósculo santo
    
      Diz o manual desta seita: “O ósculo santo deve ser dado ... entre irmãos ou entre irmãs de per si” (página 7). Logo, ela faz distinção entre sexos. Ora, se o ósculo é santo, por que essa discriminação? Se eles estão mesmo, querendo guardar esse “mandamento”, devem observá-lo na íntegra e sofrer as conseqüências. Agir doutro modo é injustificável. O apóstolo Paulo, quando recomendou a saudação com ósculo santo (Rm. 16:16), não pôs restrição alguma. Ademais, ele disse que “... em Cristo... não há macho, nem fêmea” (Gl. 3:27-28).
      Muito do que consta da Bíblia, não chega a ser mandamento, e sim, a aprovação de um costume. As passagens bíblicas que tratam da saudação com ósculo (beijo), se explicam assim: O povo daquela região se saudava com beijos. Paulo, por não ver nada de errado nisso, aprovou esse costume, acrescentando, todavia, que tal beijo fosse santo, e não com hipocrisia.

IV. Sobre os Seus Ministros

      A) Não há pastores
      Não há pastores, mas só anciãos e diáconos.  A Bíblia, porém, nos fala de pastores (Ef. 4:11)

C)     Sobre prebenda

      Os anciãos não são remunerados. Estes recebem apenas uma ajuda de custo, quando, por exemplo, viajam a serviço da igreja. A Bíblia, porém, nos garante que Paulo recebeu salário das igrejas (2Co. 11:8), e que Deus determinou que assim seja (1Co. 9:14). Eles, por não conhecerem as Escrituras, fazem das circunstâncias que levaram o apóstolo Paulo a trabalhar para se auto-sustentar no Campo Missionário (1Ts. 2:9; At.18:3), uma regra inflexível, esquecendo-se que At. 18:5, nos diz que Paulo “dedicou-se inteiramente à Palavra”. Isto significa que uma vez vencidas as circunstâncias que levaram Paulo a construir tendas para se manter no Campo, ele fez uso do direito que lhe assistia e dedicou-se inteiramente à Palavra, isto é, ele era Obreiro de tempo integral na Seara de Deus, sendo mantido pelas igrejas.

V. Sobre a Bíblia:

    A). Não lêem a Bíblia
     
      Ainda não encontrei nenhum adepto dessa seita que tivesse lido a Bíblia toda. Até mesmo seus líderes são relapsos quanto à leitura da Palavra de Deus. Geralmente se limitam em abrir a Bíblia a esmos, apontar um texto com o dedo e depois lê-lo, para ver o que Deus tem a dizer. Certamente há, entre os adeptos dessa confissão religiosa, pessoas que tenham lido a Bíblia toda, mas aqueles com os quais dialoguei disserem-me que não tinham lido a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse.

   B) “Não” aos Institutos Teológicos

       Não possuem Seminários teológicos. Crêem que o Espírito Santo lhes ensina tudo e que, portanto, não precisam estudar a Bíblia sistematicamente. Disseram-me que a Bíblia deve ser obedecida, não estudada sistematicamente. Por este mesmo motivo não há também Escola Bíblica Dominical. Esta é substituída pelo que eles chamam de cultos para menores, os quais nada mais são que uma cópia dos cultos comuns, quando cantam três hinos, dão testemunhos e oram. Geralmente ensinam alguns versículos às crianças.

VI. Sobre seus sermões

      Alegam que pregam sob a inspiração do Espírito Santo, por cujo motivo não elaboram seus sermões. Estes lhes são “dados” na hora, e se baseiam em textos bíblicos que também lhes são “dados” geralmente na hora. Sem qualquer preparo intelectual em termos teológicos, não defendem bem nem mesmo suas heresias. Só para citar um exemplo, certo dia um membro dessa igreja me falou que é errado assalariar o pastor. Então lhe recomendei 2Co. 11: 8, onde o apóstolo Paulo diz que recebeu salário das igrejas, para de graça evangelizar os coríntios. Ele leu o texto em casa e depois veio a mim dizendo que neste caso, receber salário significa rejeitar salário. Em que dicionário o infeliz se baseou para dizer que receber é sinônimo de rejeitar, eu não sei.

VII. Sobre periódico

      Não possuem nenhum periódico, como, por exemplo, jornal e revista. Crêem que este tipo de obra é humano e, portanto, ilegítimo. Dizem que a Bíblia lhes basta.

VIII. Sobre salvação:

      Pregam que ninguém pode dizer que já está salvo, visto que o Senhor Jesus não afirmou que quem crer e for batizado está salvo, e sim será salvo (Mc 16: 15-16). Ef. 2:8 nos basta para reduzirmos a frangalhos essa heresia. Cristo não disse está, e sim será, porque os discípulos ainda não haviam pregado. A pregação do Evangelho e a aceitação deste por parte do pecador, precedem asalvação;
      Chamam todas as outras igrejas de seitas, e afirmam que fora da igreja (ou melhor, fora do pacote de doutrinas por eles defendido) deles não há salvação. Logo, os predestinados à salvação serão,segundo crêem, conduzidos pelo Espírito Santo à igreja deles. Eles têm, pois, o monopólio da salvação. Parece até que foi a igreja deles que morreu por nós na cruz. Ouvindo os adeptos da CCB concluí que a igreja deles é o caminho, a verdade e a vida; e ninguém vai ao Pai senão por ela. Uma tremenda rival de Cristo. Certo adepto da CCB, como que falando em nome dos demais, disse-me que se existisse uma outra igreja pregando as mesmas verdades pregadas pela CCB, haveria salvação lá também, já que não é a igreja que salva, e sim o Senhor Jesus.  De um jeito ou de outro, porém, ele manteve o que ouvi de vários de seus correligionários: “Os que rejeitam as doutrinas bíblicas pregadas pela CCB, aceitando-as tim tim por tim tim, serão condenados, caso não se retratem antes que seja tarde demais”. Vários adeptos da CCB já me disseram que tudo de sobrenatural que ocorre nas igrejas evangélicas (cura divina, batismo no Espírito Santo, dons espirituais, etc.), são obras do Diabo.

IX. Sobre véu

      Uma das doutrinas da CCB, é que a mulher deve cobrir-se com véu durante o culto. Eles baseiam essa doutrina em 1 Co 11: 1-16. Porém, a grande maioria dos evangélicos crêem que o texto em lide trata de um costume; e, portanto, de um preceito temporal e regional, e não de um mandamento eterno e universal. Há, porém, fervorosos servos de Deus que não pensam assim. E, à luz de Rm 14, ambos os grupos merecem respeito, já que essa questão não é de vida ou morte. Todavia, os membros da “igreja” ora em análise, fazem tempestade em copo d’água. Pregam o uso do véu com uma ênfase tal, que só se justificaria se a salvação dependesse de uma mantilha. Eles já me disseram que quem opera nas igrejas evangélicas é o Diabo, visto não guardarmos os mandamentos; sendo (segundo eles) um desses mandamentos transgredidos por nós, o uso do véu por parte das mulheres.
      Como eu já disse em III_B, muito do que consta da Bíblia, não chega a ser mandamento, e sim, a aprovação de um costume. A passagens bíblica que trata do uso do véu se explica assim: Havia naquela região um costume, segundo o qual, além de as mulheres terem que manter seus cabelos crescidos, deviam se cobrir com véu. Havia três tipos de véus: o véu das mulheres casadas, o véu das solteiras e o véu das viúvas. A mulher que não se enquadrasse naquela tradição, era censurada. Não pôr véu algum equivalia a dizer: não sou casada, não sou solteira, e nem sou viúva. Paulo, por saber que o cristão não só pode, como deve, adequar-se à cultura do povo entre o qual ele estiver (desde que não se trate de um mau hábito), não só silenciou-se diante desse costume, mas recomendou que o mesmo fosse observado para evitar constrangimento. Ora, todo costume é regional e temporal. E, por conseguinte, muda de uma região para outra, bem como passa com o tempo.
      Para se chegar a esta conclusão, uma das coisas a fazer é considerar o fato de que obviamente o Grande Deus, o Criador do Universo, não deve estar interessado em pano branco transparente. Não entender isso é, naturalmente, ser legalista, bem como ter uma idéia pequena do Deus da Bíblia.
      Mas não está em discussão se a minha interpretação, que representa a da grande maioria dos evangélicos, está ou não certa. Por ora quero deixar claro apenas que a intolerância dos adeptos da CCB, faz dessa comunidade uma seita. Sim, repito que uma das características das seitas é se julgarem donas da verdade, bem como necessárias para a salvação, como os adeptos da CCB o fazem.
      As igrejas evangélicas que adotam o uso do véu, mas não faz disso o seu cavalo de batalha, receba meu respeito. Não se sintam refutadas por mim. Caminhemos juntos para o Céu, embora divergindo sobre esse ponto. Não exijo que concordem comigo. Mais importante do que termos a mesma opinião, é termos o mesmo Cristo e, conseqüentemente, a mesma salvação. Inspiremo-nos em Rm 14.

X. Sobre o cardápio

      Os adeptos da CCB com os quais dialoguei, “baseados” em At 15: 28-29, defenderam a abstinência de certos alimentos. Mas este texto pode ser parafraseado assim: “No que diz respeito aos preceitos cerimoniais da Lei de Moisés (aos quais não estamos sujeitos, pois praticando-os ou não, seremos salvos pela graça por meio da fé), pareceu bem ao Espírito Santo, assim como a nós, que vocês (para não escandalizarem os nossos irmãos judaicos que com vocês congregam) façam o seguinte: Não se alimentem de sangue, não comam o sufocado e o oferecido a ídolos, bem como se abdiquem do que eles consideram ser relações sexuais ilícitas, isto é, o casamento entre judeus e gentios ou ainda a prática do coito durante a menstruação” .
Uma das provas de que a paráfrase acima é uma boa interpretação, é o fato de que este texto só proíbe quatro coisas. Só há quatro pecados?
Nem tudo que os cristãos primitivos faziam, deve ser praticado pela Igreja hodierna. Por exemplo, o apóstolo Paulo, por se fazer de fraco para ganhar os fracos (1 Co 9.22), circuncidou Timóteo (At 16.3) e fez um voto que implicou em rapar a cabeça (At 18.18), obviamente o voto de nazireu prescrito em Nm 6.1-21. Isto prova que muitas das decisões tomadas pela Igreja primitiva eram medidas circunstanciais, e, portanto, regionais e temporais. Caso contrário teríamos que observar até hoje a circuncisão e o nazireado. E, sendo assim, nem os adeptos da CCB se salvariam já que eles também não se circuncidam, nem rapam suas cabeças em voto a Deus.
Geralmente os evangélicos aquiescem que a circuncisão de Timóteo e o voto de nazireu praticados por Paulo, não constituem normas transculturais e perpétuas para a Igreja. Mas a grande pergunta é: Teriam os preceitos de At 15.28-29, a mesma razão de ser? A resposta é que muitos já concluíram que sim. Vejamos estes exemplos:

A) Pastor Raimundo F. de Oliveira:

Este erudito pastor, em seu livro intitulado Como Estudar e Interpretar a Bíblia, edição CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus- 1986, à página 139, explicando 1 Co capítulo 8, disse:“... Para Paulo, comer carne sacrificada a ídolos não significa nada. Mas, por causa daqueles que estavam à sua volta e que pensavam que isto implicava em pecado, ele não comia...”. Deste modo, o pastor Raimundo reconhece que o apóstolo Paulo não via a restrição sobre o sacrificado aos ídolos como um mandamento moral, mas sim, como um respeito à consciência alheia. E, segundo o livroAdministração Eclesiástica, dos pastores Nemuel Kessler e Samuel Câmara, também editado pela CPAD, 2ª edição de 1992, página 100, a CPAD não publica livro algum, sem antes submetê-lo ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das Assembléias de Deus, que examina se “nada contraria as doutrinas esposadas pelas Assembléias de Deus”. Logo, a cúpula assembleiana aprovou o livro supracitado, da autoria do pastor Raimundo. E, sendo assim, fica claro que pelo menos um dos mandamentos constantes de At 15.29, não precisa ser observado (a não ser por questão de consciência), segundo a alta liderança das Assembléias de Deus. Ora, se um dos mandamentos registrados em At 15.29, não é moral, os demais mandamentos registrados neste versículo também não podem ser morais, pois tamanha falta de coerência ou associação de idéias constituiria insuperável violência à Hermenêutica;

B) Bíblia de Estudo Pentecostal:
Os comentaristas da Bíblia de Estudo Pentecostal concordam que as restrições de At 15.29 visavam apenas a não ferir a consciência dos judeus cristãos, pois como nota de rodapé, em explicação do texto em apreço, dizem: “... O Espírito Santo (v. 28) estabeleceu certos limites que possibilitam a convivência harmoniosa entre os cristãos judaicos e seus irmãos gentios. Os gentios deviam se abster de certas práticas consideradas ofensivas aos judeus (v. 29). Uma das maneiras de medir a maturidade do cristão é ver a sua disposição de refrear-se das práticas que certos cristãos consideram certas e outros consideram erradas (ver o ensino bíblico por Paulo, em 1 Co 8.1-11);

C) Bíblias de Estudo Católicas:

 Edições Paulinas:

A Edições Paulinas (editora católica) publicou uma Bíblia de estudo, baseada na versão do Padre Matos Soares, a qual, comentando At 15.28-29 diz: “... Medidas disciplinares de prudência, as quais, sendo de caráter provisório e visando tão-somente a facilitar as relações entre gentios e judeus, caíram, quando a fusão se completou”.

 Pia Sociedade de São Paulo:

O Novo Testamento editado pela Pia Sociedade de São Paulo, comentado pelo Padre Euzébio Tintori, edição de 1950, referindo-se ao texto ora em análise, diz: “... São Tiago... propõe algumas medidas disciplinares de prudência com o intuito provisório de facilitar as relações entre judeus e gentios”.
É verdade que as explicações dos clérigos católicos não nos dizem muito, mas como sabemos, não divergimos deles em tudo. E, neste caso, embora por mera coincidência, há convergência entre eles e nós, integrantes do clero evangélico.

a)    O Parecer do Irmão Aldo:
O ex-TJ, Aldo dos Santos Menezes, em sua apostila Transfusão de Sangue, página 10, referindo-se à decisão registrada em At 15.28-29, disse: “... Primeira: O decreto apostólico não foi aplicado a TODOS os cristãos do primeiro século, mas unicamente aos gentios. Segunda: O decreto limitava-se a certa área, era regional, não universal” (grifo no original).
Cremos que a postura supra, do irmão Aldo, encontra respaldo em At 15.19,20 e 23. Destes três versículos, os dois primeiros indicam que se tratava de uma ordem aos cristãos entre os gentios, e o último circunscreve Antioquia, Síria e Cilícia.
Enquanto eu parafraseava At 15.28-29, deixei claro que sou da opinião de que a palavra original (porneia), que nas nossas Bíblias em português está traduzida de diversas maneiras, como fornicação, imoralidade, prostituição, relações sexuais ilícitas, etc., não significa, NESTE CASO, o que nós, em Português, conhecemos por estes nomes, mas sim, as restrições constantes de Dt 7.3; e Lv 18.19. Esta conclusão é lógica, já que, NESTE CASO, nenhum mandamento moral pode pertencer a este conjunto de quatro preceitos, visto que fazê-lo não seria falar coisa com coisa. Logo, das duas uma: Ou os quatro preceitos de At 15.29 são todos mandamentos morais que, por conseguinte, devem nortear a Igreja universal através dos séculos, ou os quatro preceitos são, sem exceção alguma, medidas disciplinares de caráter passageiro, os quais objetivavam apenas facilitar o relacionamento entre gentios e judeus; caducando, portanto, quando a fusão se completou. Caso contrário faltará coerência; e, como sabemos, nenhuma incoerência procede de Deus.

XI. Que é a blasfêmia contra o Espírito Santo?

      O ICP_Instituto Cristão de Pesquisas, nos informa que, segundo a CCB, a “Blasfêmia contra o Espírito Santo é a prática de adultério” (Defesa da Fé, setembro/outubro de 1998, página 25). Ora, a Bíblia nos diz sem rodeios que a blasfêmia contra o Espírito Santo é pecado imperdoável. Deve ser por isso que um adepto dessa seita me falou certo dia que quando alguém é excluído da CCB nunca mais fará parte da “irmandade”. Mas a Bíblia nos fala de pessoas que adulteraram e que, não obstante se reabilitaram diante de Deus. Davi é um desses exemplos.

XII. Sobre bebida embriagante

      Os adeptos da CCB com os quais dialoguei fizeram uma carga enorme, no intuito de me provar que os que não tomam um golinho, por acreditarem que isso é pecado, são contrários à Bíblia. Dizem que a Bíblia condena a embriaguez, mas não proíbe o uso moderado da cerveja e outras bebidas embriagantes.
      A maioria dos evangélicos brasileiros é diametralmente oposta a essa postura da CCB. Porém, os evangélicos de muitos outros países, bem como de algumas regiões da nossa Pátria, também pensam como a CCB. Há, pois, divergência até entre nós sobre esta questão; e o exíguo espaço que por ora reservei para considerar este assunto não permite que o debatamos com maior profundidade. Quero apenas fazer constar que condenar a um abstêmio, como é o caso deste autor, só faria sentido se a Bíblia ameaçasse com o fogo eterno os que se abstêm de bebidas embriagantes.
      Se raciocinarmos bem, veremos que os motivos para não tomarmos bebida forte, são bem mais relevantes do que o oposto disso. Todavia, reconheço como meus irmãos em Cristo, os que de mim divergem, contanto que não façam disso motivo de salvação ou perdição.

XIII. Sobre dízimos

      Os adeptos da CCB anunciam aos quatro ventos, ufanando-se, que a CCB não cobra os dízimos dos seus fiéis, visto que fazê-lo é, segundo crêem, se submeter ao jugo da Lei mosaica. Não os condeno por isso, mas os censuro por sua intolerância.
      Há divergências entre os evangélicos sobre a questão do dízimo, e isso prova que há alguém equivocado, já que não pode haver duas verdades diametralmente opostas; porém, não há ninguém perdido por esse motivo, considerando que o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado. Ademais, ninguém é perfeito.
      Atribuir valor salvífico ao ato de dizimar, é pecado grave que conduz ao Inferno; mas dizimar por amor à Obra de Deus, sem legalismo, por livre e espontânea vontade, nada mais é que ser contribuinte metódico, e associar-se a Deus; e nisso, é claro, não há maldade alguma.
      Se você é evangélico, talvez tenha se assustado com as declarações constantes do último parágrafo acima, já que, segundo me consta, não é pequeno o número de pastores evangélicos que, por acreditarem que Malaquias 3.8-10 ainda está de pé, suspeitam da salvação dos não-dizimistas, sob a alegação de que os tais são ladrões, já que roubam a Deus. E, como “prova” disso, citam Mateus 23.23. Ora, é ponto pacífico entre os evangélicos, que Cristo mandou pagar dízimo em Mt 23:23. Mas há, paralelamente, uma controvérsia. Contra-argumenta - se dizendo que naquela época Jesus ainda não havia morrido. Logo, o Novo Testamento ainda não havia sido estabelecido. Sendo assim, o Senhor deu a ordem constante de Mt 23:23, em plena vigência do Antigo Testamento. E, deste modo, Ele ainda permanecia debaixo da Lei, sob a qual nascera (Gl 4.4). Logo, muito do que Cristo fez e mandou fazer, não necessitamos praticar hoje: Ele participou da Páscoa (Lc 22:15); guardou o sábado (Lc 4:16); e ratificou os sacrifícios de animais a Deus, ao ordenar que um ex-leproso o praticasse (Mt 8:4), conforme prescrito em Lv 14:1-32. E, como se não bastasse, Jesus ordenou a todos, bem como aos seus discípulos, total obediência a tudo quanto os escribas e fariseus pregavam (Mt 23: 1-3). Ora, todos estamos cientes que estes eram rigorosos (pelo menos em seus discursos) quanto à guarda da Lei mosaica: circuncisão, sábado, Páscoa, Pentecostes, sacrifícios de animais, etc. Fica, portanto, claro (argumentam) que Jesus, antes de morrer, ressuscitar dentre os mortos e inaugurar o Novo Testamento, longe de ser contrário à guarda dos preceitos do Antigo Testamento, os recomendava a todos. Deste modo (dizem), se fosse certo se inspirar em Mt 23. 23, para perpetuar a doutrina do dízimo, teríamos que guardar o sábado, observar a circuncisão, sacrificar animais a Deus, etc.
      Que tenho a dizer sobre a questão dos dízimos, abordada no parágrafo acima? Resposta: Aceito como meus irmão em Cristo, tanto os que crêem que este mandamento ainda está de pé, quanto os que divergem desta interpretação. Há alguém errado, mas não há ninguém perdido por causa disso. Aliás, da salvação dos que mutuamente se excomungam por essa banalidade, há bons motivos para se suspeitar. Outrossim, este site é do Seminário Apologético Bíblico, que se destina exclusivamente a instruir os verdadeiros cristãos a respeito das seitas, e não doutrinar os cristãos. Isto é da competência dos pastores de cada denominação.

XIV. Outras peculiaridades da CCB

A)     Sobre a Ceia do Senhor
      
      Associam a Ceia do Senhor à Páscoa e, como esta era celebrada anualmente, deduzem que é errado cear mensalmente. Daí cearem apenas uma vez ao ano.

B)     Não possui registros de seus adeptos

C)     Não é permitido que seus adeptos assistam ao cultos em outras igrejas

D)    Não participam de festas de casamento de pessoas alheias à CCB, tampouco realizam em seus templos, as cerimônias de casamento de seus membros

E)     Cerimônias fúnebres também são expressamente proibidas nos templos da CCB

F)     Pedidos de oração por desconhecidos só podem ser atendidos se o “Espírito Santo” o permitir

G)    Cultos de vigília, nem pensar

H)    Prega o que eles chamam de “sono da alma”, isto é, crêem que entre a morte e a ressurreição, a alma do falecido não vai para o Paraíso, nem tampouco para o Inferno, mas “dorme”, isto é, deixa de existir conscientemente, etc.

      CONCLUSÃO
     

      A CCB é uma seita ou uma igreja evangélica mal doutrinada? Muitos evangélicos preferem esta posição que aquela. Particularmente acho que quando uma comunidade que se diz cristã, se apresenta como indispensável à salvação, está usurpando a função daquEle de quem a Bíblia diz ser o único Salvador --- Jesus (Jo.14:6; At. 4:12); e que isso caracteriza seita. Um adepto da CCB me disse que a condenação por parte de alguns dos membros da CCB é um ato isolado, não representando, pois, a opinião oficial da CCB. Disse-me que o Estatuto da CCB mantém-se neutro quanto a isso. Disse-me que oficialmente a CCB prega apenas que não ela, mas sim a doutrina por ela esposada, é que é necessária para a salvação. E observa que quanto aos que dessa doutrina destoam, Deus os julgará. Não sei se isso é ou não verdade, mas quero fazer aos adeptos da CCB ([seja leigo, seja Ministro] que não crêem que só os membros da CCB serão salvos) três recomendações:

1) Promovam uma campanha de conscientização dos seus correligionários, pois mais de noventa por cento dos membros dessa confissão religiosa com os quais conversei, foram categóricos: “Todas as outras igrejas são falsas. Quem opera nelas é o diabo. Mas há pessoas sinceras lá. Estes serão trazidos por Deus para a Congregação Cristã no Brasil. Mais cedo, ou mais tarde, virão e, portanto, se salvarão”;

2) Não condenem igreja alguma por questão irrelevante. Quando duas pessoas (ou duas igrejas) divergem doutrinariamente em torno de uma questão banal, o melhor a fazer não é um dizer ao outro: “Deus te julgará”, mas sim, dê-me sua mão e vamos juntos para o Céu, meu irmão!;

3) A tolerância que acima sugiro deve se limitar às questões periféricas (e não cardeais). Quando uma religião rejeita um dos pilares da fé cristã, não se deve manter neutralidade no que diz respeito ao seu julgamento, mas sim, avisar aos seus adeptos que se não se retratarem serão condenados. Leiam a Bíblia e vejam que assim faziam Cristo e os apóstolos: Jo 14.6; 8.44; At 4.12; 13.10, etc.).

      Nem todos os adeptos da CCB crêem que essa igreja é necessária para a salvação, ou que só se salvariam os que concordam tintim por tintim com as doutrinas da CCB. Logo, nem todos estão perdidos. Certamente há pessoas salvas lá também. Oremos: a) pelos exclusivistas da CCB, para que Deus os liberte; b) pelos que são dessa igreja, mas não são exclusivistas, para que Deus os conserve assim, ou, até mesmo, quem sabe, os arranque de lá; c) e por nós também, para que Deus nos livre de também sermos enganados por suas heresias e outras confissões religiosas igualmente perniciosas.
      Com todo o amor e respeito que os sectários da CCB merecem, aqui está minha advertência a quem interessar possa.

Amém!!!
                                                                                                                Pr. Joel Santana








Rio de Janeiro/RJ